Banhos Islâmicos de Loulé
O Algarve tem mais um Monumento Nacional
O Governo aprovou a 22 de Junho, a classificação dos Banhos Islâmicos de Loulé (ou hamman) como Monumento Nacional.
Em comunicado lembra que «Banhos Islâmicos de Loulé, descobertos em 2006, constituem os primeiros e, até agora, únicos edifícios desta tipologia arqueologicamente documentados em Portugal, bem como um dos mais completos complexos do género identificados na Península Ibérica, sendo dignos de uma classificação de âmbito nacional».
O Hammam (Banhos Islâmicos) de Al-‘Ulyà (Loulé) terá sido construído entre inícios e meados do século XII, pouco tempo depois da muralha da cidade. A sua localização explica-se pela necessidade de colocar este equipamento público perto de uma das portas da cidade e pela existência de água. O edifício, semienterrado para melhor preservar o calor, dividia-se em: vestíbulo, sala fria, sala tépida, sala quente e compartimento da fornalha. As salas teriam os tetos abobadados, para que a condensação da água escorresse pelas paredes e não pingasse em cima dos utilizadores do espaço. Estas abóbadas possuiriam pequenas claraboias para permitir a entrada de alguma luz. Delas nada resta atualmente. Acedia-se ao interior do hammam a partir do vestíbulo, com uma entrada em cotovelo, que ocultava o interior a quem passava na rua. Neste espaço ficavam os vestiários e as latrinas (instalações sanitárias), que estão atualmente sob a calçada do Largo D. Pedro I. Do vestíbulo acedia-se primeiro à sala fria, depois à sala tépida e, no final, à sala quente, a mais distante da rua, para minimizar as perdas de calor, e onde se iniciava o banho. As salas quente e tépida tinham os pavimentos suspensos, assentes em pilares (hipocausto), o que permitia a circulação de ar quente por baixo, de modo a aquecer o chão. O ar quente tinha origem na fornalha, localizada num compartimento anexo à sala quente, onde também se aquecia a água usada nos banhos, que era trazida do exterior do edifício por uma canalização dentro da parede. O fumo da combustão saía para o exterior através de oito chaminés construídas dentro das paredes da sala quente.
Após profundas obras de musealização, os Banhos Islâmicos abriram ao público em Maio de 2023.
Com projeto do arquiteto Vítor Mestre, especialista em reabilitação do património arquitetónico, a intervenção levada a cabo nos Banhos Islâmicos de Loulé foi para valorizar o património, também em termos turísticos, em pleno Centro Histórico da cidade, no Largo D. Pedro I.
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