História da Cidade de Silves

onde ficar em Silves História do Algarve

Silves

onde ficar em Silves História do Algarve

Sé Catedral de Silves

Onde ficar em Silves

Castelo de Silves

Silves é o que se pode dizer uma cidade com uma história muita rica e extremamente interessante, ocupada desde a pré-história como comprovam diversos vestígios encontrados como os menires de Monte Roma e Vilarinha do período neolítico e a Necrópole da Alfarrobeira da idade do bronze.

Como outras cidades algarvias influentes também existem evidências da visita de Fenícios, Gregos, Cartagineses e outros povos mediterrânicos ligados a atividades comerciais.

Os Romanos que estiveram na península vários seculos iniciaram a construção do castelo e com o seu poder e organização tiveram a sua influência na cidade, mas, foram os árabes que a ocuparam do sec. VIII ao sec. XIII que mudaram para melhor quase tudo o que existiu antes.

Os muçulmanos que ocuparam Silves eram oriundos do yemen  e possuíam um nível cultural medio/alto isso refletiu a maneira como desenvolveram a cidade e a região e se relacionaram com os seus habitantes.

Silves “Shib” a “Bagdad do ocidente” reunia à época as condições ideais para se tornar numa magnifica cidade, o rio arade navegável até ao mar, zona envolvente de campos férteis e abundância de matérias-primas.

Entrou-se um período de grande desenvolvimento com a construção do castelo, desenvolvimento da agricultura e o estabelecimento de redes comerciais com o mundo islâmico de que se destaca a liderança no comércio do figo.

Em termos socio culturais ostentava o título de “berço da poesia arábico-andalusa”, sendo conhecida como a cidade de filósofos e poetas, como Ibn Caci, Ibn Ammar ou o rei Al-Mutamid.

Segundo Alexandre Herculano antes da conquista cristã em 1189 Silves tinha mais de 30000 habitantes era maior que Lisboa e tinha um nível de vida superior.

Em 1189 deu-se um acontecimento de que a cidade nunca conseguiu recuperar, uma frota de 36 navios que transportava cruzados para a terra santa aportou a Lisboa e o nosso Rei D.Sancho I convenceu-os a conquistarem Silves em troca do saque ficando ele com a administração da cidade.

A cidade foi cercada em julho mas como estava bem defendida foi resistindo até que ficou sem água e se rendendeu a 3 de setembro. Os Cruzados eram muito violentos e D.Sancho I ainda ofereceu 20000 moedas de ouro em troca do saque para que eles poupassem a população mas eles não aceitaram e o que se passou foi uma inqualificável selvajaria.

Em 1191 a cidade voltou para mãos muçulmanas conquistada violentamente pelas tropas de Al-Mansur que reforçou as muralhas do castelo e construiu uma cisterna(algibe) de grandes dimensões para evitar o que tinha acontecido em 1189.

A cidade nunca mais voltou à antiga grandeza e foi conquistada em definitivo em 1246 pelas tropas de D.Afonso III comandadas por Paio Peres Correia cavaleiro da ordem de Santiago que mandou passar a “cidade à espada” utilizando uma expressão da época.

Em 1266 o Rei D. Afonso III concede a Silves um foral idêntico a Lisboa e em 1267 nomeia um bispo elevando-a a sede episcopal e capital do Algarve situação que manteria até 1534.  

A sede episcopal funcionava na catedral de Silves mandada construir por Afonso X rei de Espanha e avô de D. Dinis que tinha pretensões ao Algarve, mas tudo ficou sanado com o tratado de Badajoz.

No século XV, o Infante D. Henrique é nomeado Alcaide-Mor de Silves, que era então uma cidade de considerável importância marítima, comercial e agrícola, possuidora de estaleiros de construção naval e de um excelente porto fluvial, bem perto do Atlântico. Muitos dos seus moradores participaram, direta ou indiretamente, no processo dos Descobrimentos, sendo o mais reconhecido Diogo de Silves, a quem se atribui a descoberta dos Açores, em 1427.

Depois da prosperidade vivida no sec. XIV e sec. XV o assoreamento do rio arade fez a cidade perder a sua maior via de comunicação e com a isso a influência com o maior revés a acontecer em 1534 com a mudança da sede episcopal para Faro que assim passou a ser a nova capital do Algarve.

O terramoto de 1755 arrasou a cidade deixando o seu edificado com pouco mais de uma dezena de casas habitáveis.

As invasões francesas e as lutas liberais tiveram grande impacto na região algarvia e Silves não foi exceção especialmente as lutas liberais com as peripécias do guerrilheiro absolutista José Joaquim de Sousa Reis conhecido como o Remexido com fortes ligações a S. Bartolomeu de Messines.

Nos finais do Sec. XIX e início do Sec. XX voltou a haver um renascimento com a indústria corticeira que o estado novo deslocalizou por questões de lutas laborais e problemas sindicais.

Entretanto os frutos secos foram substituídos pela agricultura de regadio e citrinos especialmente a laranja que á hoje comercializada com a marca “Silves, Capital da Laranja”.

Na minha modesta opinião com o legado histórico desta cidade o turismo associado é um dado adquirido e uma riqueza que Silves tem de saber preservar e incentivar nomeadamente com a continuação da pesquisa  histórica e eventos como a feira medieval.

E6L

Translate »