Uma História de Faro

História de Faro e do Algarve
História de Faro e do Algarve

A Ossonoba nome dado pelos Fenícios a Faro no sec. IV A.C foi uma das cidades mais importantes do Sul da península um entreposto comercial onde se trocavam produtos agrícolas, peixe e minérios.

Os Romanos e os Visigodos estiveram na cidade do sec. II A.C. até ao sec.VIII mais propriamente até 713 data em que é conquistada pelos Mouros.

Inicialmente o nome Ossonoba foi mantido até ao sec. IX dando lugar a Santa Maria do Ocidente, no sec. XI já como capital de um principado independente passa a ser chamada de Santa Maria Ibn Harum.

Os Árabes eram tolerantes com outros credos e até se conta uma lenda da época em que muçulmanos mais radicais atiraram a imagem de Santa Maria ao mar porque não toleravam a importância que lhe era dada. Então algo inesperado passou a acontecer, os pescadores lançavam as redes e não apanhavam peixe.

Resolveram resgatar a imagem do fundo do mar e voltar a colocá-la no seu pedestal e a partir daí a atividade piscatória retomou a normalidade.

Este episódio está ilustrado numa bonita tapeçaria da época que se encontra no museu municipal de Faro e testemunha a tolerância religiosa de uma cidade muçulmana onde se venerava uma divindade românica.

Em 1249 o Rei D. Afonso III com a ajuda dos cavaleiros de S. Tiago comandados por Paio Peres Correia conquista a cidade dá-lhe o nome de Santa Maria de Faaron ou Santa Maria de Faaram.

Esta conquista foi conseguida de uma forma completamente diferente das outras cidades algarvias conquistadas nessa altura de forma muito violenta “passando tudo à espada”.

As tropas do Rei D. Afonso III e dos cavaleiros de S. Tiago tinham a cidade sitiada quando deram conta que o Rei tinha desaparecido o que provocou um grande alarido nas tropas que tomaram a decisão de realizar um grande ataque à porta principal para o resgatar.

Para espanto das tropas o Rei apareceu na muralha com as chaves da cidade dizendo que tinha negociado com as autoridades muçulmanas a rendição com a condição de eles lhe passarem a pagar os impostos respetivos e a condição de ninguém tocar no interior da cidade nem nos seus habitantes para grande frustração de Paio Peres Correia que era adepto de outros métodos.

No sec. XIV e XV a comunidade Judaica controlou o comércio e a cidade viveu um período de grande prosperidade a nível económico e de conhecimento, exemplo disso  em 1487 o tipógrafo Samuel Gacon fez a impressão do primeiro livro em Portugal o Pentateuco em hebraico.

Essa prosperidade foi, no entanto, interrompida em 1496 pela decisão de D. Manuel I de expulsar os Judeus que não se quisessem converter ao catolicismo o que deixou a cidade órfã dos seus maiores quadros empresariais.

A Judiaria que estava localizada na “Vila Adentro” foi arrasada e no seu lugar foi construído o Convento de Nossa Senhora da Assunção com o patrocínio da Rainha D. Leonor. D. Manuel I promoveu muitas mudanças na cidade com a construção do Hospital, a Igreja do Espírito Santo e a Alfandega porque a cidade teve uma participação muita ativa nos descobrimentos.

Em 1540 D. João III eleva Faro a cidade e em 1577 ordena  a transferência do bispado de Silves o que a tornou na capital do Algarve.

Pelo facto de estar rodeada pela ria formosa e estar envolvida por muralhas Faro não sofreu tanto com os ataques dos piratas como outras cidades algarvias, no entanto em 1596 tropas Inglesas comandadas pelo Conde de Essex saquearam e incendiaram a cidade provocando-lhe grandes danos.

O sec. XVII e o sec. XVIII foram de expansão para Faro cercada por uma nova cintura de muralhas que abrangia área de cultura e terreno edificada num vasto semicírculo em frente à ria formosa.

A 1de novembro de 1775 o terrível terramoto que arrasou Lisboa teve um impacto devastador no Algarve e Faro não foi exceção sofrendo a destruição de grande parte do seu  património histórico e habitacional e a morte de muitos dos seus habitantes o que provocou uma grande crise social e económica.

No sec. XIX a cidade foi ultrapassando diversos eventos traumáticos como as invasões francesas e as guerras liberais o que, em conjunto com as consequências do terramoto provocou um empobrecimento generalizado em Portugal e no Algarve.

Assim se chega ao sec. XX com uma economia baseada no sector primário em que a maior parte da população tinha rendimentos muito baixos o que só foi alterado quando nos anos 60 começou a ganhar importância o turismo.

Faro deu um contributo decisivo ao desenvolvimento turístico com a inauguração a 11/07/1965 do aeroporto internacional de Faro agora rebatizado com o nome de aeroporto Gago Coutinho em homenagem a esse ilustre algarvio pioneiro da aviação portuguesa.

Faro acompanhou o desenvolvimento do turismo na região e é hoje uma bela cidade onde se encontram centralizados os diversos serviços da administração pública do Algarve, o Hospital central e os diversos serviços de saúde, a Universidade e os seu diferentes polos e fruto da sua beleza e condições naturais tem uma forte aposta no turismo especialmente na vertente histórica com visitas ao seu rico património que se encontra em grande parte na zona central da cidade.

 

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