História de Albufeira

História do Algarve
A palavra Albufeira significa Lagoa pouco profunda que comunica com o mar

A beleza e a localização de Albufeira fizeram com que a presença humana seja uma constante desde o período neolítico onde a vida se desenvolvia entre a lagoa e o mar onde havia abundância de alimento.

Foi visitada por diversos povos mediterrânicos (Gregos, Cartagineses, etc) até à chegada dos Romanos que aqui permaneceram cerca de 600 anos até 410d.c nesse período a cidade passou a ser chamada “Baltum” e beneficiou da administração e organização do poderoso império.

As atividades principais da região eram a agricultura principalmente a produção de azeite e a pesca com a transformação desse pescado em pasta de peixe “Garum” produtos que eram muito apreciados em Roma.

A cidade e zonas circundantes tinham as condições ideais para essas atividades, clima propicio,terras férteis e abundância de peixe e sal que era produzido na zona da atual praia dos salgados.

De 410 até 716 data em que chegaram os árabes a instabilidade foi a nota dominante com as invasões do chamados povos bárbaros como Vândalos, Alanos, Suevos e finalmente os Visigodos. No tempo de Justiniano em 552 o império bizantino ainda chegou a conquistar a península, mas em 571 os Visigodos voltaram.

O dado importante a reter é que durante as invasões barbaras a cultura romana e o cristianismo permaneceram.

Os árabes estiveram em “Al-buar” ou “Al-buhera” de 716 a 1250 e eu diria que permanecem até hoje na sua indelével influência.

Principalmente por questões religiosas os Judeus eram perseguidos pelos poderes instituídos e por isso colaboraram ativamente com os invasores muçulmanos que os deixavam a administrar as cidades que iam conquistando e isso também aconteceu a Albufeira.

Os muçulmanos construíram o castelo transformando a cidade numa praça fortificada muito eficaz que só cairia para o exército de D. Afonso III em 1250 vários seculos depois da sua construção.

O termo Al-buhera significa em árabe “castelo do mar” ou “lagoa” uma vez que nessa altura havia uma lagoa no centro da vila no entanto, o que temos de reter sobre a Albufeira Islâmica é de uma época em que a região conheceu uma evolução económica e social importante com a introdução de novos sistemas de captação, retenção e canalização de água, uma autêntica revolução na agricultura com introdução de novos utensílios e métodos e um comércio muito importante de carne, peixe e frutos secos com destaque para o figo  com o mundo islâmico o sul da península e o norte de Africa.

Para os parâmetros da época houve paz social onde até cabia a tolerância religiosa para com os cristãos que mediante o pagamento de um imposto podiam seguir a sua religião sem perseguições.

Em 1250 as tropas de D.Afonso III conquistaram Albufeira que foi doada à ordem de Aviz, prefiro não falar na violência gratuita usada na conquista porque a situação tem de ser vista à luz da época com os mouros que não foram mortos a serem feitos escravos.

Esta situação empobreceu bastante a cidade porque perdeu o importante comércio com o sul da península e norte de africa e teve de se adaptar a novos tempos bem mais restritos.

Mesmos com todos os condicionalismos a cidade e a região foram-se desenvolvendo e em 20 de agosto de 1504 o D. Manuel I concedeu o foral a Albufeira que continuava a ser um ponto importante de defesa da costa e das populações especialmente dos piratas franceses, Ingleses e árabes que eram visita indesejada e frequente.

Durante todo este período Albufeira foi de certeza muito importante no abastecimento dos navios que passavam ou estiveram envolvidos com os descobrimentos nomeadamente de carne uma vez que antigo brasão tinha precisamente uma vaca sobre um fundo azul.

O terramoto de 1755 foi devastador para Albufeira, acompanhado por um marmoto com ondas de 10m de altura só deixou 27 casas em pé a juntar a isto os sobreviventes que se juntaram na igreja matriz (antiga mesquita) viram o edifício desabar mantando 227 pessoas.

Em 1833 Albufeira que tinha tomado partido pelos liberais foi cercada e tomada de assalto pelos guerrilheiros comandados pelo José Joaquim de Sousa Reis conhecido pelo Remexido partidário do absolutista  D. Miguel num episódio sangrento que provocou grandes estragos materiais e muitas mortes.

Os seculos XIX e parte de XX foram de altos e baixos, mas por volta de 1930 o peixe começou a escassear e até meio dos anos 60 a vida foi realmente muito difícil forçando muitos habitantes a mudarem-se para outros locais em Portugal na Europa e na América.

Com a chegada dos primeiros turistas britânicos alguns bem conhecidos como Sir Cliff Richard e a abertura de hotéis como o Sol e Mar, Hotel Boa Vista e outros iniciou-se a viragem na economia que até então se baseava essencialmente no sector primário, agricultura e pesca para o turismo com as consequências que estão à vista de todos.

A 23 de agosto de 1986 foi elevada a cidade e rapidamente se tornou na capital do turismo algarvio, com a maior capacidade hoteleira da região e todas as infraestruturas necessárias para que os visitantes usufruam de estadias memoráveis.

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